A Assembleia Nacional de Angola iniciou a sua V Legislatura com uma composição profissional que revela uma diminuição de especialistas em economia. Dos 220 parlamentares, apenas 16 declaram formação em economia - menos três do que na legislatura anterior (2017-2022).
Os docentes lideram a representação com 68 deputados, seguidos por juristas, advogados, funcionários públicos e jornalistas. A diversidade profissional inclui até um mecânico e um único investigador científico, repetindo o cenário da legislatura passada.
- Os partidos recorrem a mecanismos alternativos para suprir a carência de especialistas:
- O PRS (Partido da Renovação Social) conta com economistas externos que auxiliam nas análises de matérias financeiras
- A UNITA mantém assessores especializados para temas como Orçamento Geral do Estado e planos macroeconómicos
- Os gabinetes técnicos da Assembleia Nacional fornecem apoio transversal às comissões
A presidente da 5ª Comissão (Economia e Finanças), Aia-Eza da Silva Troso, defende esta abordagem: "A transversalidade dos temas exige diversidade profissional. Os deputados são assessorados por especialistas".
O economista Agostinho Mateus (CINVESTEC) relativiza a importância numérica: "O crucial é como se aplica o conhecimento económico, que deve dialogar com outras áreas". Já Gaspar João alerta: "Os ganhos seriam maiores com mais especialistas em matérias económicas".
Apesar de muitos deputados terem ligações ao mundo empresarial, apenas dois se declaram formalmente como empresários - menos um do que na primeira legislatura do Presidente João Lourenço.
Francisco Soque | Redactor
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