Angola está actualmente no 19.º lugar do ranking dos países com as mais altas taxas de pobreza extrema em África, segundo o mais recente relatório do Banco Mundial (BM) sobre as perspectivas da macro pobreza na África Subsariana.
De acordo com o relatório do Banco Mundial, 31,1% da população angolana estava abaixo da linha que separa a pobreza extrema da pobreza em 2018, o que equivalia a cerca de 9,7 milhões de pessoas, num total de 28,2 milhões. Cinco anos depois, em 2023, dos 36,7 milhões de angolanos, 35,9%, equivalentes a 13,2 milhões, estavam em situação de pobreza extrema.
Esta é a principal consequência do abrandamento da economia verificado depois de 2014, que quebrou o boom económico sustentado pelo petróleo na primeira década do século. Segundo o relatório, entre 2015 e 2023 o PIB real registou uma “contracção média anual de 0,5% e o PIB real per capita caiu para perto do seu nível de 2004”. Este afundanço da economia aconteceu ao mesmo tempo que o número da população aumentava a uma média anual de 3,1%.
Quando a população cresce acima da economia, significa que um País está a criar mais pobres, já que a economia não está a conseguir criar empregos para acomodar o número de pessoas que todos os anos entram em idade activa para trabalhar.
De acordo com o relatório que apresenta uma análise económica dos 47 países da África Subsariana, Angola continua a enfrentar “fragilidades macroeconómicas” e “os condicionalismos estruturais estão a entravar o potencial económico e a diversificação. O sector petrolífero representa 25% do PIB, 60% das receitas fiscais e 95% das exportações. O documento refere que o País sofre de fraquezas institucionais, situando-se no percentil 40 inferior nos Indicadores de Governação Mundial, incluindo o percentil 20 inferior em Eficácia do Governo e Estado de Direito. Angola é também vulnerável a secas e inundações”, refere o relatório.
