O Banco Nacional de Angola (BNA) pretende elevar a taxa de bancarização do país dos actuais 31% para 36% até 2027, anunciou, na segunda-feira, em Luanda, o director do Departamento de Inclusão Financeira da instituição, Edilson Pimenta.
Durante o lançamento do processo de consulta pública da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF), o responsável destacou que menos de 50% da população está financeiramente incluída, e a meta é alcançar 75% até 2027. No domínio da literacia financeira, os níveis actuais estão abaixo dos 30%, sendo objectivo do BNA aumentá-los para 50%.
A consulta pública permitirá que diferentes sectores contribuam para o aperfeiçoamento da ENIF, que continuará a ser ajustada mesmo após a sua implementação, garantiu Edilson Pimenta.
A estratégia visa aumentar a inclusão financeira não apenas por meio da banca tradicional, mas também através de soluções digitais, como os pagamentos móveis. Actualmente, mais de 70% da população usa telemóveis, mas apenas 6% utiliza serviços de pagamento digital.
O governador do BNA, Manuel António Tiago Dias, sublinhou que 51% da população angolana não tem acesso ao sistema financeiro formal, sendo a literacia financeira reduzida e os serviços bancários ainda muito concentrados em Luanda.
Além disso, o trabalho por conta própria é a principal fonte de rendimento no país, reforçando a necessidade de soluções acessíveis para expandir a inclusão financeira em todo o território.
Em 2023, o Governo criou o Comité de Coordenação da ENIF, por meio do Despacho Presidencial nº 209/23, de 25 de Agosto. Segundo Manuel Dias, a implementação dessa estratégia não só aumentará a inclusão financeira, como também impulsionará o crescimento económico e promoverá maior equidade social.
Francisco Soque | Redactor
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