Angola continua a honrar os compromissos assumidos com a China no âmbito da reconstrução nacional. De acordo com dados da Unidade de Gestão da Dívida Pública, apresentados nesta terça-feira, 15 de Julho, pelo Ministério das Finanças, a dívida com o país asiático desceu de 10 mil milhões para 8 mil milhões de dólares nos últimos dois anos.
A informação foi avançada por Dorivaldo Teixeira, durante a apresentação do balanço do Plano Anual de Endividamento (BPAE) referente ao primeiro semestre de 2025. O responsável destacou que a redução tem sido mais visível na componente colateralizada com petróleo — modelo de financiamento em que o crude é usado como garantia de pagamento.
“Há dois anos, estávamos com cerca de 10 mil milhões de dólares. Actualmente, ao fecho do primeiro semestre, estamos a cerca de 8,9 mil milhões. A nossa previsão é que, até ao final do ano, essa dívida esteja no limiar dos 7,5 mil milhões de dólares”, avançou Dorivaldo Teixeira.
No total, a dívida governamental angolana cifrou-se em 61,9 mil milhões de dólares até Junho, dos quais 16,7 mil milhões dizem respeito à dívida interna e 45,2 mil milhões à dívida externa.
Quanto ao serviço da dívida externa, o responsável garantiu que os pagamentos estão dentro do calendário programado e situam-se actualmente na ordem dos 5 mil milhões de dólares.
Dorivaldo Teixeira reconheceu, no entanto, que o contexto externo adverso tem condicionado o acesso de Angola ao financiamento internacional. Em consequência, o Executivo tem recorrido, sobretudo, à emissão de dívida interna para financiar a execução do Orçamento Geral do Estado (OGE).
“O espaço do endividamento externo tem vindo a diminuir gradualmente, sendo substituído pelo endividamento interno, onde 99% dos títulos emitidos são a taxa fixa”, detalhou.
Francisco Soque | Redactor
Foto: Andy Wong | Reuters
