O Executivo decidiu empurrar para 2028 o fim da subsidiação dos combustíveis, adiando a meta que tinha sido acordada com o FMI para 2025. Assim, será o Governo que sair das eleições gerais de 2027 a concluir o processo.

Segundo o comunicado do FMI, os directores da instituição destacaram que, apesar do adiamento, é crucial avançar com a reforma dos subsídios, acompanhada de medidas para proteger os mais vulneráveis e de uma forte estratégia de comunicação.

Fontes consultadas indicam que o corte dos subsídios vai continuar, mas de forma mais espaçada no tempo. A decisão contraria o compromisso assumido pelo Executivo com o FMI em Fevereiro, de concluir a remoção ainda em 2025.

A eliminação gradual dos subsídios é defendida pelo FMI e Banco Mundial, que os consideram prejudiciais para a economia, por consumirem recursos que poderiam ser aplicados em saúde e educação, além de beneficiarem sobretudo os mais ricos e travarem a eficiência energética.

Este ano, os preços da electricidade subiram cerca de 50% e os da água 30%. O gasóleo foi aumentado duas vezes, para 400 Kz por litro, levando à subida das tarifas dos candongueiros para 300 Kz e dos autocarros para 200 Kz.

De acordo com o Banco Mundial, os dois aumentos do gasóleo empurraram 94.200 angolanos para a pobreza. O banco prevê aprovar, em Novembro, um financiamento de 750 milhões USD para Angola, condicionado à continuação da reforma dos subsídios.

Soque Soque | Redactor

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