A falta de investimento em segurança, higiene e saúde no trabalho é a principal causa de tragédias humanas e perdas económicas para empresas e Estado, afirmou o inspector-geral da Inspecção Geral do Trabalho (IGT), Manuel Bole, na abertura do fórum "Saúde, Segurança e Sustentabilidade Corporativa em Angola", realizado na sexta-feira, em Luanda.
O evento, sob o lema "Pessoas Saudáveis e Seguras, Ambiente Protegido", visou sensibilizar empregadores e trabalhadores sobre a importância da melhoria das condições de serviço e da garantia de locais de trabalho seguros.
O inspector-geral destacou que o Executivo angolano, através do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tem promovido medidas para reduzir a sinistralidade laboral e proteger os trabalhadores.
"A melhoria de um ambiente de trabalho seguro não é apenas um direito, mas um factor essencial para o crescimento sustentável das empresas e o desenvolvimento do país", afirmou Manuel Bole.
O responsável também anunciou que a IGT irá lançar, oportunamente, um portal digital que funcionará como facilitador da informação sobre segurança laboral, inovação, empregabilidade e responsabilidade social.
A primeira série de visitas da IGT, no quadro da "Operação Trabalho Digno", identificou deficiências em mais de cinco mil estruturas empresariais em Angola.
Os números globais são alarmantes:
7.500 trabalhadores morrem diariamente no mundo devido a causas relacionadas ao trabalho;
6.500 mortes são provocadas por doenças profissionais;
1.000 mortes decorrem de acidentes de trabalho, representando perdas de 4% do PIB mundial.
Para reduzir esses números, a IGT e os seus parceiros têm intensificado campanhas de sensibilização através de seminários e palestras sobre segurança no trabalho.
A coordenadora nacional para o Problema de Saúde Mental e Substâncias do Ministério da Saúde (MINSA), Massoxi Vigário, destacou que eventos sobre segurança no trabalho são cada vez mais necessários. Segundo ela, é fundamental desconstruir a visão do trabalhador apenas como produtor de receitas, reconhecendo-o como património humano essencial para o progresso das empresas e do país.
Francisc Soque | Redactor
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