O custo para se ter um bebé numa clínica privada em Angola pode ultrapassar os cinco milhões de kwanzas, de acordo com um levantamento feito pelo Novo Jornal em algumas das principais unidades hospitalares privadas do País.
O valor final depende de vários factores, como a complexidade do parto (normal, cesariana ou gemelar), o tempo de internamento, e os serviços adicionais prestados à mãe e ao recém-nascido. Um parto normal, sem complicações, pode facilmente ultrapassar um milhão de kwanzas, enquanto casos de urgência, como um parto gemelar, podem elevar a factura para bem acima dos cinco milhões.
Fontes clínicas explicam que os elevados custos estão ligados a vários factores estruturais, entre os quais:
A desvalorização do Kwanza, que encarece os insumos importados;
Os altos impostos sobre a importação de equipamentos, medicamentos e materiais médicos;
A necessidade de manter serviços de qualidade elevada, que obriga a investimentos constantes;
E a escassez de profissionais especializados, o que leva à prática de salários mais altos para atrair e reter médicos qualificados.
Para muitas famílias, especialmente com rendimentos médios ou baixos, dar à luz nestas condições torna-se um fardo financeiro difícil de suportar. A situação expõe desigualdades no acesso aos cuidados de saúde materna e reforça a dependência dos serviços públicos, que, embora mais acessíveis, nem sempre oferecem condições adequadas de atendimento.
Francisco Soque | Redactor
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