A Oferta Pública Inicial (IPO) do Banco de Fomento Angola (BFA), considerada a maior operação do género no país, foi adiada para Setembro, segundo fontes ligadas ao processo. O lançamento estava previsto para Julho, mas foi suspenso por decisão conjunta dos accionistas — Unitel e BPI — com aval da Comissão do Mercado de Capitais (CMC).

Apesar de toda a operação estar tecnicamente pronta — com os consultores contratados e o preço das acções já definido —, os accionistas entenderam que o momento actual é desfavorável, sobretudo pela aproximação de Agosto, mês tradicionalmente marcado por fraca actividade nos mercados financeiros.

A sugestão de adiar partiu da Unitel, actualmente controlada pelo Estado angolano. Já o BPI, banco português accionista do BFA, pretende reduzir a sua exposição ao mercado angolano, em linha com exigências do Banco Central Europeu.

O IPO prevê a venda de 29,75% do capital social do BFA, dos quais 14,75% serão alienados pelo BPI e os restantes 15% pela Unitel. A operação é vista como um marco para o desenvolvimento do mercado de capitais angolano e deverá atrair investidores institucionais e individuais.

A Comissão do Mercado de Capitais acompanha o processo com atenção redobrada, por se tratar da maior abertura de capital alguma vez registada em Angola.

Francisco Soque | Redactor

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