05-05-2025
Economia

Produção nacional de fios eléctricos pode começar no Cubal: Grupo estrangeiro estuda instalar fábrica de cobre em Benguela
O município do Cubal, em Benguela, poderá tornar-se um novo centro industrial angolano com a instalação de uma refinaria de cobre, um projecto actualmente em fase de estudo por investidores estrangeiros. A informação foi avançada por José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola (AIA).
A escolha do Cubal não é por acaso. A localidade possui uma posição geográfica estratégica, entre a província do Moxico, onde se prevê um aumento significativo na produção de cobre, e o Corredor do Lobito, que inclui o Porto do Lobito e os Caminhos-de-Ferro de Benguela. Para Severino, este posicionamento favorece a logística, reduz custos de transporte e estimula a industrialização local.
O responsável da AIA acredita que a instalação da refinaria poderá gerar novos postos de trabalho, fixar famílias no interior do país e atrair outras empresas interessadas em operar no sector ou fornecer matéria-prima. “Onde há este tipo de firma, concentram-se fornecedores de matéria-prima”, disse.
Com uma população estimada em 300 mil habitantes, o Cubal pode vir a desempenhar um papel semelhante ao de Maquela do Zombo, no Uíge, que no passado também beneficiou de actividades ligadas ao cobre, nomeadamente nas minas de Mavoio, com infra-estruturas industriais e sociais robustas.
José Severino mostra-se optimista e aponta que, em velocidade de cruzeiro, a refinaria poderá tornar-se uma das mais competitivas da África Subsaariana, com produção orientada para o mercado interno e para exportação.
Vale destacar que Angola importa grande parte dos seus cabos e fios eléctricos de países como Portugal e Espanha. Só em 2023, os metais comuns representaram cerca de 9,5% das importações nacionais, num valor total superior a 11 mil milhões de dólares.
Com a instalação da refinaria no Cubal, essa dependência externa poderá reduzir-se significativamente, permitindo maior autonomia industrial e equilíbrio na balança comercial, além de estimular o crescimento económico fora dos grandes centros urbanos.
Francisco Soque | Redactor
Foto: DR
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