As Reservas Internacionais Líquidas de Angola fecharam o mês de Junho em 15,623 mil milhões de dólares, uma queda de 92 milhões USD face ao mês anterior. A informação consta de uma nota do Banco BPI, com base em dados do Banco Nacional de Angola (BNA).
Apesar da redução, as reservas continuam a garantir cerca de 7,8 meses de cobertura de importações de bens e serviços, mantendo-se em patamares considerados aceitáveis para a estabilidade externa do país.
O relatório sublinha que o sistema financeiro nacional continua com liquidez elevada, o que, segundo os analistas do BPI, reflecte uma postura prudente dos bancos comerciais e uma maior necessidade de manter kwanzas disponíveis para operações no mercado cambial.
Durante o mês de Maio, os bancos comerciais canalizaram 3,4 mil milhões Kz ao Banco Central por via das operações de mercado aberto (OMA), com acordo de recompra, reforçando o uso de instrumentos de baixo risco e curto prazo para gestão de excedentes de liquidez.
No mercado interbancário, registou-se uma quebra, com transacções na ordem dos 825 mil milhões Kz, abaixo do bilião registado em Abril. Esta desaceleração sugere uma menor necessidade de liquidez entre os bancos.
Por outro lado, a facilidade de cedência de liquidez overnight subiu para 55,67 mil milhões Kz, significativamente acima dos 19 mil milhões registados em Abril. O BPI interpreta este aumento como uma procura pontual, sem sinais de estrangulamento no sistema.
No segmento de mercado de capitais, a BODIVA movimentou 450 mil milhões Kz em Junho. Desse valor, 394 mil milhões Kz (88%) foram negociados de forma bilateral, com o remanescente em mercado multilateral.
O volume acumulado de transacções nos primeiros seis meses do ano chegou aos 2,3 biliões de kwanzas, com Janeiro a liderar em actividade com 633,2 mil milhões Kz. Comparando com igual período de 2024, há uma quebra de cerca de 8%, segundo o banco.
Francisco Soque | Redactor
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