O volume de negociações na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) atingiu 2,3 biliões de kwanzas no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 11% face aos 2,1 biliões registados em igual período do ano anterior. Segundo dados da própria bolsa, 99,9% destas operações envolveram títulos de dívida pública.
O aumento é explicado pela maior emissão de dívida pelo Governo. Entre Janeiro e Junho, o Tesouro colocou no mercado primário cerca de 1,7 biliões de kwanzas em Bilhetes e Obrigações do Tesouro — mais 341 mil milhões do que no período homólogo — o que representa um crescimento de 26%. Este valor corresponde a 30% dos 5,5 biliões que o Executivo prevê emitir até ao final do ano.
Convertidas em dólares, as emissões no semestre equivalem a 1,8 mil milhões, valor inferior aos 4,4 biliões emitidos no ano passado e distante do pico de 2017, quando foram colocados 9,5 mil milhões USD. As dificuldades em captar financiamento externo e as necessidades orçamentais têm levado o Estado a depender mais do mercado interno.
No mercado secundário, as operações com Obrigações do Tesouro em Moeda Externa (OT-ME) registaram a maior variação, saltando de 12 mil milhões para 975,8 mil milhões de kwanzas. Parte deste avanço deve-se à emissão de 263,5 milhões USD, incluindo 79,4 milhões no âmbito da operação Green and Social Bonds, destinada a financiar a construção e reabilitação de 43 represas no Namibe.
Para atrair investidores, o Tesouro tem apostado em emissões regulares com prazos variados — de 3 a 10 anos. Especialistas afirmam que a combinação de juros atractivos, baixo risco e liquidez imediata mantém a dívida pública como a preferência do mercado.
Soque Soque | Redactor
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