09-05-2025
Cooperação & Negócios

Brasileiros querem investir em Angola
A província de Malanje, em particular o município de Cacuso, pode tornar-se num importante destino de investimentos agrícolas provenientes do Brasil. A garantia foi dada pelo ministro brasileiro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante a visita de uma delegação de empresários do sector agro-pecuário ao território angolano.
Falando à comunicação social, quarta-feira, em Malanje, o governante destacou o interesse dos investidores brasileiros em apoiar Angola no alcance da auto-suficiência alimentar. Para isso, apontou o município de Cacuso como uma zona-chave, não apenas pela aptidão agrícola, mas também pelo seu potencial energético, com possibilidades de geração de electricidade a partir da biomassa e etanol, a partir da cana-de-açúcar.
Fávaro reconheceu que, à semelhança do Brasil, Angola tem solo fértil, água e condições climáticas favoráveis, elementos que tornam viável uma produção alimentar robusta e sustentável. Acrescentou que, com os investimentos certos, Angola pode deixar de depender da importação de alimentos e projectar-se como exportador no médio prazo.
Durante a deslocação, a comitiva visitou várias unidades de produção no Pólo Agroindustrial de Capanda, incluindo fazendas como a “PIPE”, em Pungo Andongo, e a “Terras de Koló”, vocacionada à produção de milho, feijão, soja e carne. A visita à fábrica de açúcar da BIOCOM reforçou a percepção sobre a viabilidade do investimento, num momento em que a empresa já produz anualmente 1,3 milhões de toneladas de açúcar e projeta aumentar esse volume para 2,2 milhões nos próximos cinco anos.
Antes de rumar a Cacuso, o ministro brasileiro manteve um encontro com o governador da província, Marcos Nhunga, bem como com representantes do sector privado local. A visita, além de técnica, teve um forte carácter institucional, visando reforçar os laços comerciais entre Angola e Brasil no domínio do agro-negócio.
Carlos Fávaro assegurou que o interesse dos empresários é real e estratégico: “Estamos aqui para trocar experiências e para internacionalizar empresas brasileiras do agro-negócio, aproveitando o potencial que Angola oferece”.
Com mais de 30 empresários brasileiros em solo angolano, a expectativa é que surjam parcerias concretas nas áreas da produção de grãos, fibras, alimentos e energia, aproveitando as condições naturais e a estabilidade crescente do ambiente de negócios em Malanje.
Francisco Soque | Redactor
Foto: DR
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