Em apenas seis anos, a operadora Movicel perdeu quase 2 milhões de clientes, saindo de uma base de 2,4 milhões de subscritores activos em 2018 para pouco mais de 520 mil em 2024. Uma queda de 79% que retrata o colapso de uma empresa que já foi a segunda maior força do sector das telecomunicações móveis em Angola.
A maior fuga de utilizadores deu-se entre 2019 e 2021, quando 1,2 milhões de subscrições foram canceladas, motivadas sobretudo pela má qualidade dos serviços de voz e internet. A esse cenário juntaram-se a inflação, a crise económica e um aumento súbito de preços em 2020 — o que para muitos consumidores foi “a gota de água”.
Apesar de ter infra-estruturas robustas — muitas herdadas da Angola Telecom — a Movicel não conseguiu acompanhar a dinâmica do sector. Enquanto o mercado angolano de telefonia móvel cresceu para 26 milhões de utilizadores, com a entrada da Africell em 2022 a estimular a concorrência, a Movicel ficou para trás.
Actualmente, possui 520.959 cartões activos para chamadas e cerca de 350 mil subscrições de internet, números que a colocam numa posição frágil perante a liderança consolidada da Unitel e o avanço agressivo da Africell.
Francisco Soque | Redactor
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