Empresas indianas de diversos sectores económicos demonstraram interesse em expandir os seus investimentos em Angola, com destaque para os sectores mineiro, petrolífero, transformação de alimentos, materiais de construção e indústria farmacêutica, revelou ontem, em Luanda, o embaixador de Angola na Índia, Clemente Francisco Camenha, em entrevista ao Jornal de Angola.
De acordo com o diplomata, no sector mineiro, as empresas indianas procuram investir na extracção de mármore, granito e minerais preciosos, enquanto no sector petrolífero, o foco recai sobre a indústria petroquímica. A transformação de alimentos e a produção de materiais de construção e medicamentos também figuram como áreas de grande interesse para os empresários indianos, alinhando-se à política angolana de diversificação económica.
Angola ocupa uma posição estratégica nas trocas comerciais com a Índia, sendo o segundo maior exportador de petróleo bruto e o maior de gás natural para o mercado indiano. Em contrapartida, Angola importa da Índia bens como equipamentos agrícolas, maquinaria, cereais e matérias-primas diversas.
Atualmente, cerca de 300 empresas indianas operam em Angola, abrangendo sectores como comércio, indústria, transporte, tecnologia e farmacêutica, contribuindo para um fluxo comercial estável entre os dois países.
Clemente Camenha destacou os esforços do Governo angolano para melhorar o ambiente de negócios, facilitando o acesso de investidores estrangeiros e promovendo projectos que diversifiquem a economia nacional. "A nossa missão tem exortado o sector empresarial indiano a familiarizar-se com o mercado angolano e aproveitar as melhorias implementadas pelo Executivo", sublinhou o diplomata.
Com o objetivo de fortalecer a presença de empresas indianas em Angola, a embaixada está a organizar um Fórum Empresarial Angola-Índia, previsto para o primeiro trimestre de 2026. Este evento deverá servir como plataforma para identificar oportunidades de negócios, estabelecer parcerias estratégicas e consolidar as relações comerciais entre os dois países.
Francisco Soque | Redactor
