17-09-2025
Cooperação & Negócios

Nigéria rompe paradigma e torna-se o primeiro país africano a exportar gasolina para os EUA
A Nigéria, o gigante petrolífero da África, marcou um momento de viragem na sua história económica com o envio do seu primeiro carregamento de gasolina refinada para os Estados Unidos. O marco, impulsionado pela recém-operacional refinaria Dangote, sinaliza uma mudança estratégica de uma nação dependente da importação de combustível para um novo e ambicioso papel como exportador global de produtos petrolíferos.
O navio-tanque Gemini Pearl, carregando cerca de 320.000 barris de gasolina, chegou ao porto de Nova Iorque em setembro de 2025. Dados de rastreamento de navios e fontes da indústria confirmam essa informação. A carga foi vendida pela empresa comercial global Vitol à distribuidora americana Sunoco. Isso demonstra a capacidade da refinaria de atender aos rigorosos padrões de qualidade do mercado dos EUA.
A exportação é um marco nacional. Durante décadas, a Nigéria, apesar de ser uma grande produtora de petróleo bruto, importava quase todos os seus produtos refinados. Essa situação resultou em escassez crônica de combustível e custos significativos para o governo.
A refinaria Dangote, um projeto de US$ 20 bilhões com capacidade para 650.000 barris por dia, começou a produzir gasolina em setembro de 2024. Desde então, tem abastecido o mercado interno e exportado o excedente para mercados africanos e europeus. A entrada no mercado americano é um forte endosso à sua capacidade técnica e sinaliza que a Nigéria pode ser uma nova força no comércio global de energia.
Especialistas e analistas de energia acreditam que essa exportação é apenas o começo. "Este desenvolvimento reflete a crescente presença global da instalação e sua capacidade de cumprir os rigorosos padrões de combustível em mercados avançados", disse o analista de energia Samuel Nwite. A chegada de carregamentos adicionais aos EUA, agendada para as próximas semanas, reforça essa perspectiva.
A mudança na balança comercial é evidente. Em junho de 2025, os EUA exportaram mais petróleo para a Nigéria do que importaram. Essa tendência pode começar a mudar com a Dangote processando uma porcentagem maior de petróleo nigeriano. A refinaria planeja mudar para 100% de petróleo nigeriano até o final de 2025, reduzindo a dependência do petróleo bruto importado.
Embora o futuro pareça promissor, alguns desafios permanecem. A estabilidade na produção de petróleo bruto na Nigéria e a capacidade da refinaria de manter um fornecimento consistente para o mercado doméstico e de exportação continuam sendo factores cruciais. Para uma nação que há muito luta com a gestão de sua riqueza petrolífera, a exportação de gasolina refinada para os EUA representa um novo capítulo importante.
Texto: Soque Soque
Foto: DR
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