A indústria petrolífera em Angola está a dar os primeiros passos na integração da Inteligência Artificial (IA) como forma de aumentar a eficiência operacional, a produtividade e a rentabilidade das suas actividades, declarou Bráulio de Brito, presidente da Associação das Empresas Prestadoras de Serviço da Indústria Petrolífera Angolana (AECIPA).
O responsável falava à imprensa, na última quinta-feira, em Luanda, à margem do workshop “Inteligência Artificial – A Chave para Desbloquear o Potencial Humano”, que reuniu especialistas e gestores com o objectivo de debater formas de inovação tecnológica no sector empresarial angolano.
Segundo Bráulio de Brito, o encontro procurou partilhar conhecimento prático com base na experiência de especialistas internacionais, criando uma plataforma de discussão ajustada ao contexto actual da economia angolana. Acrescentou que, embora o uso da IA ainda represente um desafio recente para as petrolíferas em Angola, a sua adopção tem vindo a crescer rapidamente.
Naiole Cohen dos Santos, membro estratégica do Conselho Consultivo da EY, sublinhou que não existem obstáculos reais à adopção da IA, defendendo que empresas e utilizadores individuais devem aproveitar ao máximo as ferramentas já disponíveis. Na sua perspectiva, a IA pode contribuir decisivamente na gestão de recursos humanos, automatizando processos rotineiros e libertando profissionais para tarefas mais analíticas e estratégicas.
O prelector Sérgio Ferreira destacou que a IA não só aumenta a produtividade, como também eleva a qualidade da produção, através da optimização dos processos e da tomada de decisões baseada em dados.
Ferreira reconhece que, apesar dos benefícios evidentes para a economia e a sociedade, a IA também levanta preocupações, especialmente relacionadas com a ética, o emprego e a segurança digital, pelo que a sua implementação deve ser acompanhada de políticas claras e uma preparação adequada dos profissionais.
O uso crescente da Inteligência Artificial surge num momento em que o sector petrolífero procura diversificar-se e tornar-se mais resiliente, sobretudo face à transição energética global. A adopção de tecnologias inovadoras, como a IA, posiciona Angola para competir melhor nos mercados internacionais e melhorar a sua capacidade de resposta operacional.
Francisco Soque | Redactor
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