O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) anunciou que tem 60 milhões de dólares disponíveis para financiar projectos em Angola, mas alerta que a burocracia estatal está a atrasar a execução de vários desses apoios.
A informação foi avançada em Luanda, pelo representante residente adjunto do PNUD, Gabriel Dava, durante a conferência sobre “As Multilaterais e o Financiamento ao Desenvolvimento”, promovida pela Revista Economia & Mercado e a consultora PwC.
“Só a troca de documentos entre dois ministérios pode demorar até quatro meses. Essa morosidade trava a implementação dos projectos”, criticou Dava.
Saúde absorve maior fatia do orçamento
Segundo o responsável, metade dos 60 milhões já estão em execução, com o sector da saúde a absorver a maior parte dos fundos, nomeadamente através do Fundo Global para combate ao HIV, malária e tuberculose, e ainda para aquisição de vacinas e medicamentos essenciais.
Outras áreas com apoio do PNUD incluem energia sustentável, ambiente e biodiversidade, agricultura e irrigação.
Estado angolano deve reforçar fiscalização
Gabriel Dava apelou às autoridades nacionais para que reforcem a monitorização dos projectos financiados por organizações multilaterais.
“O PNUD e o Banco Mundial fazem o seu controlo, mas quem mais deve fiscalizar é o Estado, pois os projectos são para beneficiar o povo angolano”, afirmou.
Apesar das dificuldades, o representante garantiu que o PNUD continuará a trabalhar lado a lado com o Governo para remover os bloqueios administrativos que impedem a execução eficiente das iniciativas.
Francisco Soque | Redactor
Foto: Mais Kwanza | Francisco Soque
