A Televisão Pública de Angola (TPA) continua em situação financeira delicada. Em 2024, a empresa registou um capital próprio negativo de 18,3 mil milhões Kz e prejuízos de 7,5 mil milhões Kz, segundo o Relatório Agregado do Sector Empresarial Público, divulgado pelo IGAPE.

Apesar de os resultados terem melhorado face a 2023 — quando as perdas foram de 10,7 mil milhões Kz — os números mostram que a TPA depende fortemente dos subsídios do Estado para continuar a operar. Só no ano passado, absorveu 23,8% dos 46,27 mil milhões Kz destinados a subsídios à exploração de empresas públicas, a maior fatia entre todas.

As contas auditadas foram apresentadas “com reservas”. O auditor independente alertou que os capitais próprios negativos e a dependência de subsídios “têm vindo a persistir nos últimos exercícios” e que a TPA precisa de garantir fontes de receitas mais sustentáveis para assegurar a continuidade da sua actividade.

O relatório aponta ainda que os resultados operacionais foram negativos em 6,3 mil milhões Kz e que os fluxos de caixa de actividades operacionais caíram 17,8 mil milhões Kz. Os passivos correntes são superiores aos activos correntes em 69,8 mil milhões Kz.

O conselho fiscal da empresa recomenda a implementação de um plano de negócios mais robusto e acções para aumentar as receitas próprias, considerando que a situação “requer esforços conjugados” para a recuperação da saúde financeira da TPA.

Soque Soque | Redactor

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